Uma operação da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU) expôs um esquema de fraudes que desviou R$ 6,3 bilhões de beneficiários do INSS desde 2019. Investigações apontam que entidades sindicais e associações cadastravam aposentados sem autorização, aplicando descontos indevidos em seus pagamentos. O caso, que começou no governo anterior, teria atingido 4,1 milhões de pessoas, com 95% das vítimas afirmando não ter consentido com os débitos.
A crise levou à saída do ministro da Previdência Social e do presidente do INSS, ambos pressionados pelo escândalo. O novo ministro, já integrante da pasta, assumiu em meio a questionamentos sobre a demora na adoção de medidas para coibir as fraudes. A oposição sinaliza pressionar por mais mudanças e avalia a criação de uma CPI para investigar o caso, o que pode ampliar o desgaste político do governo em um ano eleitoral.
O governo prometeu ressarcir os valores desviados, mas ainda não divulgou um plano concreto para a devolução dos recursos. Enquanto isso, a CGU e a AGU estudam como estruturar o processo, sob crescente pressão por respostas. A crise, que já abalou a imagem do Executivo, segue sem previsão de resolução.