O Ministério Público da Paraíba e a Controladoria-Geral da União (CGU) realizaram a segunda fase da Operação Retomada, que investiga um esquema envolvendo magistrados, advogados, servidores públicos e associações fraudulentas. O grupo criminoso promovia descontos ilegais em benefícios previdenciários, afetando mais de 100 mil aposentados e pensionistas em todo o país, com prejuízos superiores a R$ 126 milhões. Foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão em cidades como João Pessoa, Cabedelo, Sapé e São Paulo, após uma primeira fase realizada em dezembro do ano passado.
As investigações, conduzidas pelo Gaeco do MP paraibano, revelaram que associações fictícias movimentaram mais de 230 ações coletivas na Paraíba, muitas delas na Comarca de Gurinhém, controlada pela organização criminosa. O esquema utilizava decisões judiciais ilegítimas para descontar valores indevidos de benefícios, inclusive do INSS, e oferecia empréstimos fraudulentos a idosos, disfarçados de contribuições associativas. As vítimas, muitas vezes sem conhecimento das ações, só percebiam o golpe quando seus proventos eram reduzidos.
Além dos descontos ilegais, o esquema buscava liminares para excluir registros negativos em serviços de proteção ao crédito, reativar milhas aéreas expiradas e suspender descontos de empréstimos consignados, liberando margem para novas contratações. A CGU destacou que essas práticas não só prejudicavam idosos vulneráveis, mas também minavam a confiança no sistema financeiro e judiciário, com impactos em larga escala. As autoridades continuam apurando os detalhes para responsabilizar os envolvidos.