Um relatório da Polícia Federal expôs a troca de mensagens entre integrantes de facções criminosas e policiais, revelando o vazamento de informações sobre operações em comunidades do Rio de Janeiro. As investigações, que deram origem à Operação Dakovo, mostram que detalhes de ações policiais, incluindo a participação de unidades de elite, eram repassados a criminosos antes mesmo de serem executadas. A operação recebeu o nome de uma cidade croata onde armas eram adquiridas legalmente e depois desviadas para o Brasil, sendo vendidas a grupos criminosos.
Os diálogos interceptados pela PF indicam que um dos líderes de uma facção recebia alertas sobre operações, inclusive com confirmação da presença de tropas especiais. Em um dos casos, o criminoso foi informado sobre uma ação horas antes de ela ocorrer, embora o local exato não tenha sido revelado. Além disso, houve reclamações sobre o pagamento de propinas a policiais, com o criminoso chegando a enviar fotos de agentes a um contato identificado como ligado à corporação.
A investigação também destacou a complexidade das relações entre criminosos e agentes públicos, com mensagens que sugerem acordos para evitar operações em áreas dominadas por certas facções. Em uma das conversas, um contato associado à polícia chega a agradecer o criminoso em nome de um superior. Os dados reforçam a necessidade de maior controle sobre o fluxo de informações sensíveis e a atuação de forças de segurança em áreas de conflito.