Investigações da Polícia Federal apontam que uma organização criminosa envolvida na produção e venda de cigarros ilegais no Rio de Janeiro movimenta pelo menos R$ 50 milhões mensais. O esquema, em operação desde 2018, teria financiado corrupção de agentes públicos, atividades ilícitas no Paraná e um estilo de vida luxuoso nos Estados Unidos, incluindo a compra de carros de alto luxo e um jatinho particular. Os produtos contrabandeados são comercializados em quase metade dos municípios fluminenses, segundo as apurações.
Parte dos lucros foi destinada à aquisição de bens como uma aeronave Cessna Citation III, avaliada em R$ 4,5 milhões, e veículos importados, além de transferências internacionais suspeitas, como um pagamento de US$ 1 milhão em 2020, possivelmente para obter visto de residência nos EUA. A PF também identificou depósitos fracionados em contas de empresas no Paraná, ligadas a suspeitos de integrar uma organização criminosa especializada em jogos ilegais.
Advogados que tiveram contato com o caso descrevem o líder do esquema como uma figura “inteligente” e “perigosíssima”, enquanto a defesa alega inocência e afirma que o investigado está foragido para garantir seu direito à ampla defesa. A operação, batizada de Libertatis 2, continua em andamento, com a polícia buscando esclarecer mortes ligadas a disputas entre contraventores no Rio.