A Polícia Federal prendeu 26 pessoas suspeitas de integrar uma organização criminosa que transportava cocaína para a África e Europa em pequenas embarcações. As investigações, iniciadas após a delação de um dos envolvidos, revelaram que a droga era armazenada na região de Santos (SP) e depois levada por veleiros em travessias oceânicas. Um experiente marinheiro, recrutado por seu conhecimento técnico, foi flagrado em duas tentativas de transporte, resultando na apreensão de toneladas de entorpecentes e na destruição de uma das embarcações pela Marinha dos Estados Unidos.
O esquema contava com uma estrutura logística bem organizada, incluindo empresas de fachada e comunicação via satélite para coordenar as entregas. As autoridades identificaram um advogado e um contador como peças-chave na operação, responsáveis por repassar coordenadas e gerenciar recursos financeiros. A polícia suspeita de ligações entre o grupo e uma facção criminosa, mas as defesas dos investigados negam envolvimento com atividades ilícitas.
O caso ganhou destaque após a colaboração do marinheiro preso, que teve sua pena reduzida nos EUA após cooperar com as investigações. A operação expôs a complexidade do tráfico internacional de drogas, que utiliza rotas marítimas e profissionais com expertise náutica para burlar a fiscalização. As apreensões ocorreram em diferentes locais, incluindo as Ilhas Canárias, onde a polícia espanhola interceptou parte da carga.