Uma investigação da Polícia Federal, com apoio de agências de inteligência internacionais, revelou que a Rússia utilizou o Brasil como base para operações de espionagem. Durante anos, agentes russos assumiram identidades brasileiras, aproveitando-se da facilidade de viagem proporcionada pelo passaporte do país e da diversidade étnica para evitar suspeitas. A operação, batizada de “Leste”, identificou ao menos nove oficiais infiltrados, alguns dos quais já deixaram o território nacional antes de serem detidos.
O caso ganhou atenção após um alerta da CIA em 2022, que sinalizou a tentativa de um espião russo de ingressar no Tribunal Penal Internacional na Holanda. As investigações descobriram documentos falsos, incluindo certidões, passaportes e CPFs, usados para consolidar as identidades brasileiras dos agentes. A cooperação internacional foi essencial, com troca de informações entre EUA, Israel, Holanda e Uruguai, entre outros países.
Apesar da fuga da maioria dos envolvidos, as autoridades brasileiras emitiram alertas pela Interpol, expondo nomes, fotos e impressões digitais dos espiões. A medida visa dificultar novas operações e alertar outros países sobre o esquema. A investigação continua em andamento, com desdobramentos que já se estendem a pelo menos oito nações.