Uma investigação conduzida pela Polícia Federal e pelo Ministério Público do Trabalho revelou uma rede criminosa envolvendo tráfico de pessoas e fabricação ilegal de cigarros no Rio de Janeiro. Desde 2022, 70 trabalhadores paraguaios foram resgatados em condições análogas à escravidão em quatro fábricas clandestinas. As vítimas eram recrutadas com promessas de empregos bem remunerados em São Paulo, mas, ao chegarem ao Brasil, tinham seus celulares apreendidos, os olhos vendados e eram levados para o Rio, onde trabalhavam até 12 horas por dia, sem condições básicas de segurança ou higiene.
A operação, batizada de Libertatis 2, apontou que a rede era comandada por um grupo criminoso que produzia cigarros ilegais em larga escala, utilizando mão-de-obra explorada. Os trabalhadores eram recrutados no Paraguai, muitas vezes em situação de vulnerabilidade, e trazidos ao Brasil sob falsas promessas. As fábricas não tinham autorização sanitária e funcionavam em locais precários, com vigilância armada para impedir a fuga dos trabalhadores.
Em março de 2025, a Polícia Federal deflagrou a operação, resultando em 12 prisões e a expedição de 21 mandados de prisão preventiva. Os líderes do esquema continuam foragidos, e as investigações seguem para desarticular toda a rede logística envolvida, incluindo o financiamento e a distribuição dos produtos ilegais. O caso expõe a complexidade do crime organizado no país e a necessidade de ações integradas para combater o tráfico de pessoas e o comércio clandestino.