Dois policiais militares foram condenados nesta sexta-feira, 16, por integrar um esquema de milícia que extorquia comerciantes na região do Brás, em São Paulo. O cabo recebeu pena de 6 anos, 2 meses e 12 dias em regime semiaberto, enquanto a sargento foi sentenciada a 3 anos, 7 meses e 6 dias em regime aberto. O caso foi julgado pela Justiça Militar, que também decidiu encaminhar o processo de outros dois acusados para a Justiça comum, devido à divergência sobre a competência do tribunal.
As condenações são parte das investigações da Operação Aurora, deflagrada em dezembro do ano passado, que apurou denúncias de cobrança de propinas semanais de comerciantes, principalmente imigrantes e ambulantes. Os valores variavam entre R$ 200 e R$ 300 por semana, além de uma taxa anual que podia chegar a R$ 15 mil. Quem não pagava era submetido a ameaças, agressões e até empréstimos coercivos com agiotas ligados ao esquema.
As defesas dos condenados informaram que vão recorrer das decisões, argumentando que as sentenças não refletem as provas apresentadas e que o processo contém irregularidades. Enquanto um dos policiais cumprirá a pena em regime semiaberto, a outra permanece em liberdade, por ter sido condenada ao regime aberto. O caso continua em andamento, com possíveis desdobramentos na Justiça comum.
