A Opep+, grupo que inclui países observadores como o Brasil, decidiu elevar a produção de petróleo pelo terceiro mês seguido, adicionando 411 mil barris por dia ao mercado em julho. A medida, liderada pela Arábia Saudita, marca uma mudança estratégica, priorizando a recuperação de participação no mercado em detrimento da manutenção de preços elevados. A decisão foi tomada apesar da resistência de alguns membros, como Rússia e Omã, que defendiam uma pausa nos aumentos.
A estratégia visa pressionar países que descumpriram metas de produção, como Cazaquistão e Iraque, além de recuperar espaço perdido para produtores rivais, como os EUA. Analistas destacam que a medida também reflete a influência de líderes globais que buscam preços mais baixos para combustíveis. No entanto, a queda nos valores do barril representa riscos financeiros para nações dependentes do petróleo, como a própria Arábia Saudita, que precisa de preços acima de US$ 90 para sustentar seus planos econômicos.
Enquanto a demanda por petróleo deve crescer com a temporada de verão nos EUA e o aumento do uso no Oriente Médio, analistas alertam para a possibilidade de excesso de oferta no mercado global. O JPMorgan prevê que os preços do Brent podem cair para cerca de US$ 50 ainda este ano. A Opep+ agora enfrenta o desafio de equilibrar a retomada da produção com a estabilidade dos preços, enquanto decide como reintegrar os barris ainda retidos nos próximos meses.