Em 2023, o Brasil registrou um recorde de casamentos civis entre pessoas do mesmo sexo, totalizando 11,2 mil uniões, um aumento de 1,6% em relação a 2022. Desse total, 7 mil foram casamentos entre mulheres, representando um crescimento de 5,9% e o maior número desde o início da série histórica do IBGE em 2013. Por outro lado, os casamentos entre homens caíram 4,9%, com 4.175 registros. Os dados refletem uma tendência de crescimento das uniões homoafetivas, que praticamente triplicaram desde 2013, quando foram legalizadas pelo CNJ após decisão do STF.
O número total de casamentos no país, incluindo uniões heteroafetivas, foi de 940,8 mil em 2023, uma queda de 3% em comparação com 2022. A taxa de nupcialidade atingiu 5,6 casamentos por mil habitantes com 15 anos ou mais, abaixo do índice de 12,2 registrado em 1980. Segundo especialistas, a redução pode estar ligada a mudanças sociais, como a menor pressão para formalizar relacionamentos e o aumento dos custos associados ao casamento. Além disso, os brasileiros estão se casando mais tarde, com idades médias de 31,5 anos para homens e 29,2 anos para mulheres em uniões heteroafetivas.
O levantamento também apontou um aumento de 4,9% nos divórcios em 2023, totalizando 440,8 mil dissoluções. A guarda compartilhada dos filhos cresceu significativamente, passando de 7,5% em 2014 para 42,3% em 2023, enquanto a guarda materna exclusiva caiu de 85,1% para 45,5% no mesmo período. Os casamentos estão durando menos, com tempo médio entre união e divórcio caindo de 15,9 anos em 2010 para 13,8 anos em 2023, refletindo mudanças na legislação e nos valores da sociedade.