O número de casamentos no Brasil voltou a cair em 2023, com 940.799 registros, uma redução de 3% em relação ao ano anterior. Segundo dados do IBGE, houve queda tanto nos casamentos heterossexuais (3,7%) quanto nos entre homens (5,9%), enquanto os casamentos entre mulheres cresceram 4,9%. A tendência de declínio é observada há décadas, agravada pela pandemia de Covid-19, que reduziu drasticamente os matrimônios em 2020. Apesar de uma recuperação nos dois anos seguintes, os números de 2023 indicam que o aumento foi interrompido, refletindo mudanças culturais na sociedade, onde o casamento civil não é mais prioridade.
Apenas a região Centro-Oeste registrou crescimento no número de casamentos (0,8%), além de ter a maior taxa de nupcialidade do país (6,5 por mil habitantes). Os casamentos homoafetivos, embora ainda minoria (1,9% do total), bateram recorde em 2023, com 11.918 uniões, impulsionados pelo aumento entre mulheres. Outra tendência é o crescimento de casamentos envolvendo divorciados ou viúvos, que quase dobraram em 20 anos, representando 31,3% do total em 2023.
Os divórcios também atingiram um recorde em 2023, com 440.827 registros, um aumento de 4,9% em relação a 2022. O tempo médio entre casamento e divórcio caiu para 13,8 anos, e quase metade das dissoluções ocorreu em uniões com menos de uma década. A guarda compartilhada de filhos menores se tornou mais comum, representando 42,3% dos casos em 2023, contra apenas 7,5% em 2014. Os dados reforçam as transformações nas dinâmicas familiares e conjugais no país.