A decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) que afastou o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) criou um vácuo de poder na entidade. Fernando Sarney, vice-presidente, foi nomeado interventor e terá a responsabilidade de convocar novas eleições para os cargos diretivos. O estatuto de 2017 prevê a saída de toda a diretoria quando o presidente é afastado, mas uma nova versão do documento, validada em 2024, ainda não foi divulgada, gerando incertezas sobre as regras que serão seguidas.
O processo de sucessão pode enfrentar obstáculos, já que o estatuto não publicado foi criticado por centralizar poder e não ter sido compartilhado com as federações estaduais. O mandato do presidente afastado terminaria no fim de 2024, mas ele já havia sido reeleito até 2030 em uma votação unânime. A situação se complica devido à ausência de alguns vice-presidentes, como o falecido Antonio Aquino e outros que deixaram seus cargos.
O afastamento ocorreu após questionamentos sobre a legitimidade de uma assinatura em documento que garantia a permanência do presidente. O caso foi analisado pelo TJ-RJ, que, diante da impossibilidade de verificar a autenticidade da assinatura, considerou indícios de fraude e anulou o acordo. A decisão judicial reverte uma situação que já havia sido contestada no final de 2023, reforçando a instabilidade na governança da CBF.