A Agência Espacial Europeia (ESA) lançou um satélite pioneiro equipado com um radar especial para medir a quantidade de carbono armazenada nas florestas tropicais, como a Amazônia, o Congo e a Indonésia. Chamado de “guarda-chuva espacial” devido à sua antena de 12 metros, o satélite utiliza tecnologia de banda-P para penetrar nas copas das árvores e analisar troncos e galhos, algo impossível com radares convencionais. Essa inovação permitirá, pela primeira vez, estimar com precisão o papel dessas florestas no sequestro de carbono e no combate ao aquecimento global.
Até agora, os cientistas dependiam de medições individuais de árvores e extrapolações, métodos limitados e fragmentados. O novo satélite, no entanto, fará varreduras contínuas, semelhantes a tomografias computadorizadas, para criar mapas detalhados da biomassa florestal. Além disso, sua capacidade de operar através de nuvens garante dados consistentes, superando uma das maiores limitações dos satélites atuais. Os primeiros resultados devem ser publicados em seis meses, com monitoramento contínuo pelos próximos cinco anos.
O projeto, desenvolvido em colaboração com especialistas europeus e norte-americanos, representa décadas de pesquisa e enfrentou desafios técnicos, como a implantação da grande antena no espaço. A missão não apenas quantificará o carbono armazenado, mas também monitorará perdas devido ao desmatamento, oferecendo insights cruciais para políticas ambientais. Para os cientistas envolvidos, essa é uma oportunidade única de entender melhor o papel vital das florestas tropicais no equilíbrio climático do planeta.