O atual ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz Maciel, reuniu-se com representantes de organizações investigadas por desviar bilhões em aposentadorias quando ainda ocupava cargo executivo no governo. A Contag, confederação que reteve o maior volume de recursos segundo a CGU, participou de 13 das 15 reuniões mapeadas entre 2023 e 2025 com órgãos federais. O ministério e a entidade não se pronunciaram sobre os encontros.
Um relatório da CGU apontou que 97,6% dos beneficiários do INSS tiveram descontos não autorizados em seus benefícios para custear associações e sindicatos. Os valores retidos triplicaram entre 2022 e 2024, atingindo R$ 2,8 bilhões. A auditoria revelou ainda que 96% dos entrevistados não tinham vínculo com as organizações que faziam os descontos, indicando irregularidades generalizadas.
A investigação, deflagrada pela Operação Sem Desconto da Polícia Federal, envolve 11 entidades, incluindo sindicatos e associações de aposentados. O ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, também participou de reuniões com representantes de uma das organizações investigadas antes de deixar o cargo. O governo federal não se manifestou sobre as acusações, e o espaço para esclarecimentos permanece aberto.