O Ministério da Educação (MEC) publicou nesta semana o decreto que estabelece as novas regras para o ensino a distância (EAD) e o uso de conteúdo online em cursos presenciais. A medida, que já era esperada pelo mercado, trouxe impactos imediatos nas ações do setor educacional, com quedas significativas em empresas como Cogna, Yduqs e Ânima. Analistas destacam que o marco regulatório aumenta os custos operacionais e impõe restrições à abertura de novos cursos, embora conceda um período de transição de dois anos para adaptação.
Segundo instituições financeiras como Morgan Stanley e XP Investimentos, as empresas mais expostas ao EAD, como Cogna e Yduqs, devem enfrentar desafios para ajustar seus modelos de negócios, enquanto aquelas com menor dependência do segmento, como Ânima, podem sair menos afetadas. O BTG Pactual ressalta que o aumento de custos com professores e a dificuldade de repassar esses valores às mensalidades pressionam ainda mais o setor. Por outro lado, o Goldman Sachs avalia que as mudanças podem acelerar a consolidação do mercado, beneficiando empresas com estrutura mais robusta.
O JPMorgan aponta que dois aspectos do decreto surpreenderam negativamente: a limitação de 30% para conteúdo EAD em cursos presenciais e a proibição do formato para áreas como Enfermagem. Essas mudanças podem elevar custos e comprimir margens, especialmente para instituições que utilizavam o limite anterior de 40%. Apesar dos desafios, analistas acreditam que o impacto nas ações deve ser limitado, já que as regras eram parcialmente antecipadas pelo mercado. O setor agora se prepara para um período de adaptação, com foco em estratégias de médio e longo prazo.