A ex-presidente do Brasil e atual líder do Banco dos Brics apresentou, em um evento na China, um novo mapa-múndi que posiciona o Brasil no centro e inverte a orientação, colocando o Sul na parte superior. A versão, lançada pelo IBGE, busca promover uma perspectiva geopolítica alternativa, destacando a relevância do Sul Global. O presidente do instituto, Márcio Pochmann, celebrou o impacto da iniciativa, que gerou debate sobre o papel do Brasil e de outros países em desenvolvimento no cenário internacional.
Esta não é a primeira vez que o IBGE ajusta a representação cartográfica. Em 2024, o órgão já havia lançado um mapa com o Brasil no centro, mas mantendo o Norte no topo. Na ocasião, a versão foi criticada por erros técnicos, como informações incorretas sobre a formação dos continentes, levando o IBGE a publicar uma errata. A nova edição, no entanto, avança na proposta de questionar a hegemonia do Norte nas representações tradicionais, que muitos consideram eurocêntricas.
A apresentação do mapa na China, durante um fórum internacional, reforça o simbolismo da iniciativa, alinhada aos discursos de maior cooperação entre países do Sul Global. Especialistas ressaltam que, embora a inversão seja simbólica e não altere realidades geográficas, ela serve como ferramenta pedagógica para estimular discussões sobre equidade e representação no cenário global. O IBGE defende que a proposta visa ampliar o debate, sem desconsiderar as convenções históricas.