O mais recente filme de Ari Aster, “Eddington”, gerou reações intensas no Festival de Cannes ao retratar os conflitos políticos e sociais em uma pequena cidade dos EUA durante a pandemia de covid-19. Com uma abordagem caricata tanto de conservadores quanto de progressistas, o longa explorou as divisões de 2020, provocando opiniões divergentes entre os críticos. Atualmente com 67% de aprovação no Rotten Tomatoes – o menor índice da carreira do diretor –, o filme foi concebido para causar reações extremas, como o próprio Aster admitiu em entrevista ao *The New York Times*.
O diretor explicou que seu objetivo não era apenas criticar os defensores de desinformação, mas explorar a sensação de impotência diante de um mundo em crise. Muitos detratores, no entanto, questionaram o tratamento dado aos personagens progressistas, visto por alguns como mais satírico que o destinado aos conspiracionistas. Aster defendeu sua escolha, afirmando estar mais interessado em discutir a incapacidade coletiva de promover mudanças significativas.
Ambientado em uma cidade governada por um prefeito progressista (Pedro Pascal) em conflito com o xerife local (Joaquin Phoenix), “Eddington” mostra como a desinformação e o extremismo levam a comunidade ao caos. Produzido pela A24, o filme estreia nos EUA em 18 de julho, sem data confirmada para o Brasil. Aster reforçou a urgência de debater a impotência contemporânea e a necessidade de reconexão para viabilizar ações coletivas.