Um exame inovador, aprovado nos Estados Unidos em 2023, promete revolucionar o diagnóstico do transtorno do espectro autista (TEA) em crianças pequenas. Desenvolvido com a participação de um neurocientista brasileiro, o método utiliza rastreamento ocular para analisar padrões de atenção em bebês de 1 ano e 4 meses a 2 anos e meio, enquanto assistem a vídeos curtos. O resultado, obtido em apenas 15 minutos, identifica sinais de autismo com base no comportamento visual, diferenciando crianças neurotípicas daquelas com TEA, que tendem a focar em detalhes repetitivos em vez de expressões emocionais.
O diagnóstico precoce é crucial para intervenções eficazes, já que o processo tradicional pode levar anos, atrasando o tratamento. Nos EUA, a tecnologia já está em uso em 47 centros especializados, com planos de saúde começando a cobrir os custos. Para ampliar o acesso, clínicas móveis foram criadas para atender regiões com poucos recursos. No entanto, a chegada ao Brasil ainda depende de aprovação regulatória, e o equipamento tem um custo elevado, cerca de US$ 7 mil, com cada exame custando US$ 225.
Além da inovação técnica, o neurocientista envolvido no projeto destaca a importância de mudar a percepção sobre o autismo, enfatizando que não se trata de uma doença, mas de uma variação genética natural. Histórias como a de uma criança diagnosticada aos dois anos ilustram os desafios e esperanças das famílias, mostrando como o acesso a terapias precoces pode transformar vidas. A mãe da criança compartilha sua jornada emocional, expressando otimismo sobre o futuro da filha, que hoje participa de programas intensivos de desenvolvimento.