A partir desta sexta-feira (2), entrou em vigor uma nova ordem executiva assinada no início de abril que elimina a isenção tributária para remessas de até US$ 800 vindas da China e de Hong Kong. Com a medida, esses produtos passam a ser taxados em 120% do valor ou em uma taxa fixa de US$ 100 por item, podendo chegar a US$ 200 após 1º de junho. A mudança encerra a brecha conhecida como “minimis”, que permitia a entrada de encomendas de baixo valor sem impostos, e amplia as tarifas para 145% em todos os tamanhos de remessa.
A decisão impacta principalmente varejistas chinesas como Shein e Temu, que dominam grande parte das importações de baixo custo para os EUA. Em resposta, algumas empresas ajustaram seus modelos de negócios, como a Temu, que passou a adotar um sistema semelhante ao da Amazon, enviando mercadorias em grande quantidade para armazéns no exterior. Além disso, a Shein antecipou-se às tarifas aumentando preços em até 377%, levando consumidores americanos a estocarem produtos antes da vigência das novas regras.
As exportações chinesas registraram um salto de 12,4% em março, refletindo a aceleração das vendas antes da implementação das tarifas. Dados mostram que mais de 90% das remessas isentas nos últimos anos vinham da China, totalizando quase 1,4 bilhão de pacotes em 2024. A medida visa reduzir a vantagem competitiva desses produtos, mas também pode pressionar os preços para os consumidores norte-americanos.