Onze pessoas escravizadas responsáveis pelo reflorestamento da Floresta da Tijuca e das Paineiras no Rio de Janeiro foram homenageadas com uma nova placa no Parque Nacional da Tijuca. A iniciativa, liderada pela deputada estadual Dani Monteiro (PSOL), substitui uma antiga inscrição que creditava apenas seis nomes e os identificava como “escravos”, corrigindo o termo para “pessoas escravizadas” e destacando seu protagonismo histórico. Durante a cerimônia, foram plantadas 11 mudas de espécies nativas da Mata Atlântica, cada uma em memória dos reflorestadores.
Entre 1861 e 1874, os homenageados plantaram mais de 100 mil árvores, restaurando mananciais essenciais para a capital imperial, então afetada por uma crise hídrica devido ao desmatamento. Apesar da importância do feito, a história permanece pouco conhecida, e ainda há lacunas sobre o destino individual de cada um. Artistas, pesquisadores e ativistas participaram do evento, reforçando a necessidade de reconhecer o legado dessas pessoas além da condição de escravização.
Recentemente, os nomes dos reflorestadores foram inscritos no Livro dos Heróis e Heroínas do Estado do Rio de Janeiro, graças a uma lei proposta pela deputada Monteiro. A medida enfrentou desafios, como a ausência de sobrenomes nos registros históricos, reflexo da desumanização imposta pela escravidão. A homenagem visa reparar o apagamento histórico e destacar o papel fundamental dessas pessoas na preservação do que hoje é a maior floresta urbana do mundo.