O Ministério da Educação (MEC) anunciou mudanças significativas para cursos superiores a distância, proibindo a modalidade 100% EAD em áreas como Medicina, Odontologia, Psicologia, Direito e Enfermagem, além de exigir que os demais cursos, incluindo os de TI, tenham pelo menos 20% de atividades presenciais ou síncronas. A medida, já em vigor, baseia-se em diretrizes pedagógicas e evidências da neurociência cognitiva, que destacam a importância da interação social, do feedback imediato e do engajamento emocional para a aprendizagem efetiva. Pesquisas apontam que o excesso de interações digitais passivas tem prejudicado habilidades como comunicação, empatia e pensamento crítico nas novas gerações, reforçando a necessidade de um modelo mais equilibrado.
A exigência de atividades presenciais ou síncronas traz implicações técnicas e pedagógicas, especialmente para cursos de TI. Embora a flexibilidade do EAD seja mantida, a presencialidade permite o acesso a laboratórios de alta performance, suporte técnico imediato e ambientes controlados para disciplinas práticas, como Segurança da Informação e IoT. Esses recursos, muitas vezes inacessíveis em casa, elevam a qualidade da formação, preparando os estudantes para desafios reais do mercado de trabalho, onde colaboração e habilidades socioemocionais são essenciais.
A medida do MEC reflete uma preocupação com o desenvolvimento integral dos estudantes, alinhando-se a descobertas sobre como a tecnologia pode atrofiar certas capacidades cognitivas quando usada de forma excessiva. O debate sobre soberania digital e os limites éticos da tecnologia ganha destaque em eventos como o CNPPD 2025, que discutirá os impactos da hiperconectividade na autonomia intelectual. A educação híbrida surge, assim, como uma resposta neurocientífica e pedagógica para formar profissionais mais completos e adaptados às demandas do século XXI.