Rússia e Ucrânia anunciaram a realização de suas primeiras negociações de paz diretas em três anos, marcadas para ocorrer na Turquia. No entanto, as expectativas de progresso são mínimas, já que o presidente russo recusou um encontro pessoal com o líder ucraniano, e a delegação enviada por Moscou é composta por representantes de segundo escalão, sem poder decisório. O lado ucraniano, por sua vez, cancelou a presença de seu presidente e enviou uma equipe liderada pelo ministro da Defesa, criticando a postura russa como “não séria”.
As negociações começaram de forma confusa, com as delegações chegando a cidades diferentes na Turquia e sem agenda definida. O presidente ucraniano reiterou que a Rússia não demonstra interesse em encerrar a guerra, enquanto o Kremlin insiste em retomar as discussões fracassadas de 2022, que incluíam demandas consideradas inaceitáveis pela Ucrânia, como a neutralidade militar e a não adesão à Otan. Autoridades turcas e norte-americanas estão envolvidas no processo, mas sem indicações claras de um avanço iminente.
A divergência central entre os países permanece: a Ucrânia busca um cessar-fogo imediato e incondicional, seguido de negociações, enquanto a Rússia exige concessões significativas antes de parar os combates. O chefe da delegação russa afirmou que qualquer acordo deve abordar as “causas profundas do conflito”, uma referência às preocupações de Moscou com o alinhamento ucraniano ao Ocidente. Com expectativas tão baixas, as conversas parecem mais um gesto diplomático do que um caminho real para a paz. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)