Quase 1,5 milhão de aposentados e pensionistas do INSS solicitaram reembolso de mensalidades descontadas indevidamente de seus benefícios. Os pedidos foram feitos em apenas quatro dias, após a Operação Sem Desconto, que investiga fraudes envolvendo cobranças não autorizadas por sindicatos e associações. O INSS afirmou que 98% dos beneficiários contestaram os descontos e aguardam ressarcimento, enquanto apenas 2% confirmaram ter autorizado as cobranças.
A operação, conduzida pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União, apura esquemas de lavagem de dinheiro, corrupção e enriquecimento ilícito. Autoridades afastadas do INSS e do Ministério da Previdência foram substituídas, e o governo garantiu que todos os afetados serão indenizados. Os valores serão recuperados por meio de bens bloqueados das entidades investigadas, mas, se necessário, recursos públicos serão usados para cobrir os prejuízos.
As associações têm 15 dias úteis para comprovar a autorização dos descontos. Caso não consigam, deverão reembolsar o INSS, que repassará os valores aos beneficiários. Se houver discordância, os casos podem ser encaminhados à Advocacia-Geral da União para ação judicial. O procurador responsável pela investigação destacou a dificuldade de cobrir os prejuízos apenas com os bens bloqueados, o que pode prolongar o processo e exigir recursos do Orçamento da União.