Inspirado pela natureza e pela fé, Chau do Pife, ícone da música popular alagoana, construiu uma carreira marcada pela versatilidade e pela preservação de suas raízes. Desde os oito anos, quando começou a tocar o pife — instrumento tradicional semelhante a uma flauta —, o músico percorreu um caminho que o levou de Alagoas para o mundo, adaptando o som do instrumento a ritmos como rock, maracatu e jazz. Sua música, como em “Memórias dos pássaros”, reflete sua conexão com o ambiente e a espiritualidade, elementos centrais em sua criação.
Aos 67 anos, Chau continua inovando, como no projeto “Chau com Jazz”, que explora novas sonoridades sem abandonar sua essência. Acompanhado por músicos como Gama Júnior (triângulo), Xexéu (zabumba) e Lineu Nicácio (sanfona), ele transforma cada apresentação em uma celebração de conhecimento e tradição. “Estar junto do mestre é aprender todo dia”, destaca Gama, reforçando a importância de Chau como guardião da cultura alagoana.
Mesmo com reconhecimento internacional, Chau mantém um vínculo forte com sua terra natal, onde a história do pife se originou. “Aqui é a nossa casa”, afirma, ressaltando o orgulho de suas raízes. Sua trajetória é um testemunho da harmonia entre tradição e modernidade, mostrando que a música popular pode ser tanto uma herança ancestral quanto um campo de experimentação sem limites.