Em Florianópolis, mulheres acima dos 60 anos têm enfrentado o etarismo — preconceito baseado na idade — mas encontrado oportunidades em iniciativas que valorizam sua experiência. Jadna, de 70 anos, e Dila, que superou uma depressão pós-aposentadoria, são exemplos de quem venceu a discriminação ao serem contratadas por uma rede de bolos. O empresário Murilo Bonucci, dono do estabelecimento, prioriza funcionárias mais velhas, destacando sua maturidade e habilidade no atendimento ao público.
Apesar dessas histórias de superação, a realidade para a maioria das mulheres idosas ainda é difícil. Dados da Fundação Getúlio Vargas mostram que apenas 17% das mulheres com mais de 60 anos estão no mercado de trabalho, contra 35,6% dos homens. A socióloga Thais Lapa, da UFSC, explica que fatores como a dedicação aos cuidados familiares e a percepção de obsolescência contribuem para essa disparidade, limitando o acesso a empregos bem remunerados.
Para combater o etarismo, especialistas sugerem campanhas de conscientização, legislação antidiscriminação e a valorização da experiência dos mais velhos. Iniciativas como a da Casa de Bolos demonstram como a inclusão pode transformar vidas, oferecendo não apenas emprego, mas também dignidade e propósito. O movimento Antonietas, que retrata essas trajetórias, reforça a importância de dar visibilidade ao tema.