Uma mulher de 23 anos, vítima de violência doméstica e cárcere privado, foi resgatada no interior de São Paulo após enviar um bilhete à diretora da escola do filho, de cinco anos, pedindo socorro. No recado, ela relatou que sofria agressões constantes do companheiro e temia por sua vida e a dos filhos. A diretora acionou a polícia, que, após dificuldades para localizar a residência da vítima em uma área rural de Cruzeiro, conseguiu resgatá-la com a ajuda do motorista da van escolar. A mulher apresentava ferimentos pelo corpo e confirmou aos policiais que era proibida de sair de casa ou usar celular.
A vítima detalhou que as agressões eram frequentes e sem motivação, incluindo espancamentos com objetos e arrancamento de cabelos. Ela também revelou que tentou enviar outro bilhete para a família, mas foi impedida pelo agressor. O companheiro, de 26 anos, foi preso em flagrante e teve a prisão convertida em preventiva pela Justiça, respondendo por crimes como ameaça, violência doméstica e lesão corporal. Em audiência, ele admitiu apenas uma agressão, mas negou o cárcere privado.
O caso, ocorrido em maio, destacou os desafios no combate à violência doméstica, especialmente em áreas de difícil acesso. A polícia ressaltou a importância da denúncia inicial para o resgate, mesmo com a demora causada pela localização remota. A vítima recebeu atendimento médico e está sob proteção, enquanto o acusado aguarda julgamento. O episódio reforça a necessidade de canais seguros para que mulheres em situação de risco possam pedir ajuda.