As alterações nas alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), anunciadas pelo Ministério da Fazenda, não foram previamente aprovadas pelo Banco Central. De acordo com fontes próximas ao presidente da instituição, Gabriel Galípolo, ele era contrário às medidas, mas não foi consultado antes da decisão. Auxiliares relataram que o anúncio, feito na quinta-feira, o pegou de surpresa, embora o secretário-executivo da Fazenda tenha afirmado que o tema foi discutido em reunião dias antes.
As mudanças incluem a uniformização das tarifas sobre operações de câmbio para 3,5% e a cobrança de impostos sobre remessas ao exterior, medidas que devem aumentar a arrecadação em R$ 20,5 bilhões este ano e R$ 41 bilhões em 2025. O governo argumenta que as ajustes ajudarão no controle da inflação, alinhando-se aos esforços do BC. No entanto, críticos apontam que as novas regras podem dificultar investimentos e compras no exterior, desincentivando a saída de recursos do país.
A decisão também interrompe o processo de adequação às normas da OCDE, levantando dúvidas sobre seu impacto a longo prazo. A falta de alinhamento prévio entre o Ministério da Fazenda e o Banco Central revela tensões na condução da política econômica, embora ambas as instituições defendam publicamente que as medidas são benéficas para a estabilidade fiscal.