Movimentos sociais e partidos políticos ocuparam a antiga sede da Delegacia da Ordem Política e Social (Dops) em Belo Horizonte, com o objetivo de transformar o local, que foi um centro de repressão durante a ditadura militar, em um memorial dedicado à democracia e aos direitos humanos. O prédio, abandonado desde 2016, foi ocupado no dia 1º de abril, data que marca o golpe de 1964. A iniciativa busca resgatar a memória histórica do espaço, que já havia sido destinado a um memorial por lei em 1999, mas foi gradualmente abandonado pelo governo estadual.
Desde a ocupação, os movimentos realizaram limpezas no local, que estava infestado por pragas, e passaram a oferecer visitas guiadas, principalmente para estudantes, atraindo mais de 250 pessoas em cinco dias. Além disso, grupos ligados aos direitos humanos começaram a promover atividades culturais e políticas no espaço. No entanto, a Polícia Militar montou um cerco ao prédio, impedindo o acesso de manifestantes e visitantes desde o dia 2 de abril, o que tem gerado tensão.
Os ocupantes exigem o fim do cerco policial para garantir o funcionamento do memorial, mesmo sem diálogo com o governo. Enquanto isso, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social afirmou que está finalizando processos administrativos para a criação do Memorial de Direitos Humanos no local, mas não se pronunciou sobre a ação da PM. Uma audiência pública na Assembleia de Minas discutiu o caso, destacando a importância do espaço como símbolo de resistência e memória.