Um grupo de famílias brasileiras lançou o Movimento Desconecta, uma iniciativa que busca adiar o acesso de crianças e adolescentes a smartphones e redes sociais. Por meio de um pacto coletivo, os pais se comprometem a não entregar o primeiro celular antes dos 14 anos e a evitar redes sociais até os 16. A proposta, inspirada em campanhas internacionais, surgiu entre famílias de uma escola particular de São Paulo, preocupadas com os impactos do uso precoce da tecnologia.
O movimento se baseia em estudos científicos que alertam para riscos como dependência digital, ansiedade, depressão e prejuízos à aprendizagem. Organizações como a Unesco destacam os efeitos negativos na concentração e no desenvolvimento cognitivo. A iniciativa também cita o psicólogo americano Jonathan Haidt, autor de “A Geração Ansiosa”, que analisa a crise global na saúde mental de jovens, fenômeno já observado no Brasil, onde casos de ansiedade entre crianças e adolescentes superaram os índices adultos.
A estratégia do Desconecta é fortalecer a decisão dos pais diante da pressão social para que jovens estejam conectados. Segundo uma das idealizadoras, quando há um acordo coletivo, a escolha se torna mais fácil de ser implementada. O movimento segue exemplos como o Wait Until 8th, dos EUA, e o Smartphone Free Childhood, do Reino Unido, que já mobilizaram milhares de famílias. A proposta está aberta para adesão em sua plataforma online.