A agência de classificação de risco Moody’s rebaixou a perspectiva da nota de crédito do Brasil de “positiva” para “estável”, mantendo a classificação “Ba1”, um nível abaixo do grau de investimento. A decisão foi motivada por preocupações com a capacidade do país de reduzir vulnerabilidades fiscais e estabilizar a dívida pública no curto prazo, citando rigidez nos gastos e custos crescentes de endividamento. Apesar de reconhecer avanços em reformas econômicas e no crescimento do PIB, a agência destacou que o progresso na consolidação fiscal tem sido mais lento do que o esperado.
Entre os fatores que poderiam levar a um novo rebaixamento, a Moody’s mencionou possíveis retrocessos nos esforços de ajuste fiscal, o que poderia minar ainda mais a confiança dos investidores. Por outro lado, a agência apontou que um cenário de maior consenso político em torno de reformas estruturais, como a redução de gastos obrigatórios e a desvinculação de benefícios sociais do salário mínimo, poderia resultar em uma melhora da nota no futuro.
O Ministério da Fazenda reagiu à decisão reafirmando seu compromisso com a disciplina fiscal e com a continuidade das reformas, destacando a aprovação recente da reforma tributária como um exemplo de colaboração entre o Executivo e o Congresso. A mudança na perspectiva ocorre menos de um ano após a Moody’s elevar a nota do Brasil em outubro de 2023, quando elogiou o crescimento econômico e as medidas para fortalecer o crédito do país.