O Programa Monitora Milho SC encerrou seu acompanhamento da safra 2024/25, registrando uma média de 85 cigarrinhas-do-milho por armadilha em lavouras de Santa Catarina. Embora o número seja considerado elevado, a coordenadora do projeto, Maria Cristina Canale, destacou que os índices variam anualmente, com registros que já oscilaram entre mais de 200 e menos de 40 cigarrinhas por armadilha em safras anteriores. O programa, realizado em parceria com Epagri, Cidasc e Udesc, analisou 1.649 armadilhas em 53 lavouras, fornecendo dados essenciais para o setor produtivo.
Apesar da alta população de insetos, os agricultores receberam uma notícia positiva: a bactéria espiroplasma, causadora do enfezamento-pálido, não foi detectada com recorrência nesta safra. Os pesquisadores acreditam que a eliminação do milho voluntário durante a entressafra pode reduzir ainda mais a sobrevivência do patógeno. Além disso, testes moleculares realizados no laboratório da Epagri/Cepaf em Chapecó identificaram a presença de outros vírus, como o rayado-fino e o mosaico estriado, além da bactéria do enfezamento-vermelho, mas o controle foi eficaz, especialmente após um pico de infectividade antes da semana 19.
O programa, criado em 2021 pelo Comitê de Ação contra Cigarrinha-do-milho e Patógenos Associados, tem sido fundamental para monitorar a evolução das pragas e doenças nas lavouras catarinenses. As informações coletadas ajudam os produtores a tomar decisões mais assertivas, minimizando perdas na produção. A iniciativa reforça a importância da colaboração entre instituições e do trabalho técnico para garantir a sustentabilidade da agricultura no estado.