O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes chamou a atenção de um ex-comandante do Exército durante depoimento nesta segunda-feira, 19, por inconsistências em suas declarações. O militar havia afirmado anteriormente à Polícia Federal que um alto oficial da Marinha teria concordado com um plano para impedir a posse do presidente eleito, mas durante o interrogatório na Corte, disse não ter certeza sobre essa adesão. Moraes alertou que testemunhas não podem omitir informações e devem esclarecer eventuais contradições.
O ex-comandante reiterou que se opôs ao plano apresentado em dezembro de 2022, que incluía a decretação de um estado de exceção e a criação de uma comissão para revisar as eleições. Ele afirmou que outro oficial demonstrou apoio ao então presidente, mas não interpretou isso como participação em um conluio. O depoente negou ter mentido e explicou que sua postura sempre foi de lealdade institucional, sem compactuar com medidas ilegais.
O caso envolve investigações sobre supostas ações para desestabilizar a transição de poder. Além do ministro Moraes, outros integrantes da Primeira Turma do STF acompanharam o depoimento, que também foi observado por figuras ligadas ao governo anterior. O ex-comandante foi ouvido tanto pela acusação quanto pela defesa, em um processo que continua em andamento.