Durante audiência no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Alexandre de Moraes advertiu o general de Exército Marco Antônio Freire Gomes por inconsistências em seu depoimento. O ministro questionou se o militar estaria omitindo informações ao não repetir trechos de seu testemunho à Polícia Federal, nos quais mencionou que um alto oficial da Marinha teria se colocado à disposição do então presidente durante reunião que discutia um estudo jurídico para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva. O general negou ter mentido e afirmou que, em 50 anos de carreira, sempre agiu com honestidade, esclarecendo que a declaração do almirante não deveria ser interpretada por ele.
O militar também negou ter ameaçado o ex-presidente com voz de prisão durante a reunião, conforme especulações. Ele confirmou, no entanto, que foi apresentado um estudo propondo medidas como estado de sítio e Garantia da Lei e da Ordem (GLO), mas alertou que qualquer ação fora do âmbito jurídico traria consequências legais. O general reiterou que sua postura sempre foi de respeito às instituições e à legalidade.
A audiência foi marcada por momentos de tensão, especialmente quando o ministro repreendeu um advogado por repetir perguntas de forma insistente, acusando-o de tentar induzir as testemunhas. Moraes afirmou que o tribunal não era espaço para “circo”, destacando a necessidade de seriedade no processo. O episódio reforça o tom rigoroso das investigações sobre supostas tentativas de desestabilização democrática.