Durante uma audiência no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Alexandre de Moraes advertiu o general Marco Antônio Freire Gomes por inconsistências em seu depoimento. O militar foi questionado sobre omissões em declarações à Polícia Federal, especialmente sobre alegações de que um almirante teria se colocado à disposição do então presidente para interromper a transição de poder. Freire Gomes negou ter mentido e afirmou que, em 50 anos de carreira, jamais falsearia a verdade, esclarecendo que não caberia a ele interpretar a intenção de terceiros.
A sessão também foi marcada por tensões entre a defesa de um dos réus e o ministro, que interrompeu o advogado por insistir em questionamentos repetidos. Moraes enfatizou que o tribunal não era espaço para “circo”, mantendo o foco nos interrogatórios. Além do general, outras testemunhas ligadas ao chamado Núcleo 1 foram ouvidas, enquanto o depoimento do governador do Distrito Federal foi adiado.
Até 2 de junho, o STF ouvirá 82 testemunhas relacionadas ao caso, que investiga crimes como organização criminosa armada e tentativa de golpe de Estado. Após essa fase, os réus, incluindo um ex-comandante da Aeronáutica e um ex-ajudante, serão interrogados. O processo avança para esclarecer as ações que supostamente buscaram impedir a posse do presidente eleito em 2022.