O ministro da Fazenda afirmou que a decisão de recuar na cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para investimentos de fundos brasileiros no exterior foi tomada para evitar especulações e ouvir feedback do mercado. Ele destacou que o governo está aberto a ajustar medidas, desde que as metas fiscais sejam cumpridas, e reconheceu que a reação negativa do mercado financeiro exigiu uma revisão rápida. A medida, inicialmente anunciada com alíquota de 3,5%, foi revertida, mantendo-se a taxa zero.
O pacote de medidas fiscais anunciado na quinta-feira soma cerca de R$ 50 bilhões em arrecadação, mas o recuo no IOF exigirá um ajuste de aproximadamente R$ 2 bilhões no congelamento de recursos. O ministro ressaltou que há diálogo constante com o Banco Central, mas que cada instituição age dentro de seu mandato, sem interferência mútua. Fontes próximas ao assunto revelaram que a avaliação do presidente do BC foi decisiva para a mudança de posição do governo.
A Fazenda também desistiu de alterar as alíquotas para remessas de pessoas físicas ao exterior, mantendo a taxa atual de 1,1%. Segundo analistas, o impacto da reversão no IOF representa menos de 10% da arrecadação prevista com as mudanças tributárias, que somariam R$ 20,5 bilhões em 2024 e R$ 41 bilhões em 2026. A decisão foi tomada após uma reunião de emergência, da qual o ministro não participou, já que estava em São Paulo.