O ministro da Previdência Social deixou o cargo nesta sexta-feira, 2, após pressão decorrente de denúncias envolvendo um esquema de descontos irregulares em aposentadorias e pensões administradas pelo INSS. Investigações da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União estimam que o prejuízo possa chegar a R$ 8 bilhões desde 2016, com a maior parte das irregularidades ocorrendo a partir de 2023. A crise levou à demissão do presidente do INSS e à intervenção no órgão, mas a demora em tomar medidas efetivas agravou o desgaste político, culminando na saída do ministro.
Auditorias revelaram que 97% dos beneficiários entrevistados não autorizaram os descontos, muitos dos quais foram feitos por entidades sem estrutura adequada ou documentação completa. O governo suspendeu todos os acordos de cooperação técnica com sindicatos e anunciou a restituição dos valores indevidamente cobrados, começando pelos repasses referentes a abril. No entanto, ainda não há prazo para o ressarcimento total, já que cada caso será analisado individualmente para distinguir descontos autorizados dos irregulares.
A insatisfação pública foi ampla, com pesquisas indicando que mais de 85% da população apoiavam a saída do ministro. A oposição planeja levar o caso à Procuradoria-Geral da República, enquanto aliados do governo avaliavam sua permanência como insustentável. A crise também tensionou as relações entre o governo e partidos da base, com críticas à condução do caso e discussões sobre possíveis desdobramentos políticos.