O ministro da Previdência Social anunciou sua demissão ao presidente após semanas de pressão interna e denúncias de fraudes em aposentadorias e pensões administradas pelo INSS. A decisão foi articulada pelo Planalto, com negociações envolvendo a direção do PDT, partido do ministro, para garantir uma transição pacífica. Dois nomes são cotados para assumir a pasta, que deve permanecer sob comando do partido.
A crise ganhou força após investigações revelarem descontos fraudulentos aplicados a milhões de aposentados por entidades conveniadas ao INSS, com prejuízos estimados em R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. A permanência do ministro foi considerada incompatível com a reestruturação pretendida pelo governo, que busca recuperar a credibilidade da Previdência e evitar o agravamento da crise, inclusive com a possível instalação de uma CPI no Congresso.
A saída expôs divisões no PDT, com uma ala defendendo o rompimento com o governo e outra optando pela manutenção da aliança. O Planalto, no entanto, enxerga a mudança como uma forma de preservar a relação com o partido enquanto busca resolver os problemas na pasta. O governo já sinalizou medidas para ressarcir os atingidos pelas fraudes e alertou sobre golpes relacionados ao caso.