O ministro da Previdência Social afastou representantes de entidades sindicais citadas em investigações sobre fraudes no INSS do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS). A medida incluiu a adição de novos conselheiros indicados por ministérios e pela estatal Dataprev, com o objetivo de alinhar o colegiado às políticas do governo. A decisão foi criticada por centrais sindicais, que a consideraram abrupta e sem diálogo prévio.
O CNPS, responsável por definir diretrizes e avaliar a gestão previdenciária, tinha até então uma composição tripartite, com membros do governo, trabalhadores ativos, aposentados e empregadores. O ministério justificou as mudanças como necessárias para fortalecer o órgão e garantir maior transparência, incluindo a gravação das reuniões. No entanto, as centrais sindicais argumentaram que a medida desrespeita a participação histórica dos trabalhadores na gestão da previdência, conforme garantido pela Constituição de 1988.
Em nota, as centrais classificaram a decisão como autoritária e antidemocrática, exigindo a revisão da medida. O ministério afirmou que a suspensão dos investigados não representa um pré-julgamento, mas visa preservar os debates do conselho enquanto as investigações seguem em curso. O impasse reflete a tensão entre a busca por transparência e a defesa da representação sindical no sistema previdenciário.