A ministra do Meio Ambiente abandonou uma audiência na Comissão de Infraestrutura do Senado após trocas de farpas com parlamentares durante a discussão sobre a pavimentação da BR-319, rodovia que liga Porto Velho a Manaus. O conflito evidenciou as tensões entre o governo e parte da base aliada no Congresso, especialmente em projetos que envolvem licenciamento ambiental e obras na Amazônia. A saída da ministra ocorreu após um senador fazer comentários desrespeitosos, levando-a a exigir um pedido de desculpas, que não foi atendido.
Durante a sessão, a discussão se estendeu a outros parlamentares, incluindo aliados do governo, que criticaram a postura da ministra em relação a entraves ambientais em obras de infraestrutura. Ela rebateu as acusações, defendendo a necessidade de uma Avaliação Ambiental Estratégica para evitar impactos como grilagem, garimpo ilegal e desmatamento. A ministra também questionou por que o projeto não avançou nos 15 anos em que esteve fora do governo.
O embate ocorre em meio à aprovação de um projeto no Senado que flexibiliza regras de licenciamento ambiental, reduzindo exigências para obras com impacto e limitando consultas a comunidades tradicionais. Apesar da orientação contrária do PT, a proposta recebeu amplo apoio da base aliada. A ministra sinalizou que pedirá veto a trechos do texto, mas a falta de mobilização do governo para barrar a proposta anteriormente tem sido interpretada como um aval tácito à sua aprovação.