A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, esclareceu que a proposta de criação de uma unidade de conservação marítima no Amapá não interfere nas áreas onde a Petrobras planeja explorar petróleo na região da Margem Equatorial. Durante audiência no Senado, a ministra destacou que o projeto é antigo, datando de 2005, e não foi criado para inviabilizar a atividade petrolífera. Ela também garantiu que a iniciativa não impede a construção de infraestrutura necessária, como oleodutos e portos, desde que obedecidos os processos de licenciamento ambiental.
A decisão do Ibama, que recentemente permitiu à Petrobras avançar nos preparativos para perfuração na região, foi mencionada como um passo importante, mas com ressalvas. O presidente do órgão alertou sobre a necessidade de evitar solicitações desordenadas de licenças na bacia da foz do Amazonas, área sensível que abriga recifes de coral e comunidades indígenas. A Petrobras enxerga a autorização como um aval para testar seu plano de emergência ambiental, etapa crucial antes da licença final.
O tema tem gerado tensão política no governo, com pressões de setores energéticos e políticos locais, que defendem a exploração como oportunidade econômica. O presidente Lula já se posicionou a favor, afirmando que a Petrobras tem capacidade para operar com responsabilidade. A região é vista como estratégica, compartilhando características geológicas com a Guiana, onde grandes reservas de petróleo estão em desenvolvimento. A discussão equilibra interesses econômicos e ambientais, com o governo buscando conciliar ambos.