O Ministério Público de São Paulo moveu uma ação contra o governo estadual e a Fundação Santa Casa de Franca após 13 idosos sofrerem lesões irreversíveis na visão durante um mutirão de cirurgias de catarata no AME de Taquaritinga. A ação, que pede R$ 3 milhões em indenizações, alega que os pacientes foram submetidos a um erro grave: a injeção de uma substância inadequada nos olhos, causando inflamação severa e risco de perda total da visão. Investigações apontaram falhas como troca de medicamentos, descumprimento de protocolos e falta de transparência após o incidente.
A sindicância revelou que a equipe médica utilizou um produto de assepsia da pele em vez do soro adequado, levando à Síndrome Tóxica do Segmento Anterior (TASS). Além disso, o AME teria negligenciado queixas dos pacientes, que relataram dores e desconforto imediatos após as cirurgias. O promotor destacou a quebra de confiança no serviço público e exigiu um plano de ação para evitar repetição dos erros. Cirurgias no local estão suspensas desde fevereiro, e o MP pede que a interdição continue até a correção das irregularidades.
A Secretaria de Saúde informou que os profissionais envolvidos foram afastados e que os pacientes estão sendo atendidos por especialistas no HC de Ribeirão Preto. A Fundação Santa Casa de Franca, responsável pela gestão do AME, atribuiu o erro à equipe médica, enquanto a Polícia Civil ainda investiga o caso criminalmente. O MP reforçou a necessidade de melhorias na estrutura e nos protocolos para garantir a segurança em procedimentos futuros.