O Ministério do Trabalho aumentou drasticamente os repasses para convênios com organizações não governamentais, saltando de R$ 25 milhões em 2023 para R$ 132 milhões em 2024. O crescimento é impulsionado por emendas parlamentares, com os dez maiores contratos somando R$ 76,3 milhões — sendo R$ 60,6 milhões provenientes de emendas. Entre as beneficiadas, uma entidade recebeu R$ 36,1 milhões, enquanto outra, que firmou parcerias de R$ 17,6 milhões, viu seu volume de recursos quadruplicar em relação aos anos anteriores.
No entanto, a Controladoria-Geral da União (CGU) investiga possíveis irregularidades em quatro contratos, que podem ter causado prejuízos ao erário público. Uma das organizações, que recebeu R$ 25,9 milhões, foi considerada inidônea devido à falta de transparência e está impedida de celebrar novos acordos até regularizar sua situação. O ministério afirma que a seleção das ONGs é feita pelos parlamentares, refletindo uma mudança em suas políticas de repasse.
O cenário levanta questões sobre a gestão dos recursos, especialmente diante das investigações em curso. Embora o aumento nos valores destinados a projetos sociais seja significativo, a falta de clareza em alguns processos e a suspensão de contratos destacam desafios na fiscalização e na transparência dos repasses públicos.