O Ministério da Saúde começou, nesta quinta-feira (15), os primeiros tratamentos com o Zolgensma no Sistema Único de Saúde (SUS). O medicamento, um dos mais caros do mundo, custando até R$ 11 milhões por dose na rede privada, é usado para tratar a Atrofia Muscular Espinhal (AME) tipo 1, uma doença rara que afeta movimentos e respiração. A aplicação ocorreu em Brasília e Recife, marcando a incorporação do remédio ao SUS após um acordo com a indústria farmacêutica que condiciona o pagamento aos resultados do tratamento.
Antes da disponibilidade do Zolgensma, crianças com AME tipo 1 tinham alta probabilidade de morrer antes dos dois anos. Agora, o SUS oferece todas as terapias modificadoras da doença, com indicação para pacientes de até seis meses que não dependam de ventilação mecânica invasiva por mais de 16 horas diárias. O ministro da Saúde destacou que o Brasil está entre os seis países que oferecem o tratamento, impossível de ser custeado por famílias sem o apoio do sistema público.
O protocolo para acesso ao medicamento inclui triagem em 28 serviços de referência espalhados por 16 estados e no Distrito Federal. Estima-se que até 140 pacientes possam ser atendidos nos próximos dois anos. Antes do acordo, o Zolgensma já era fornecido pelo SUS devido a ações judiciais, mas agora a incorporação formal amplia o acesso. Dados do IBGE indicam que, em 2023, cerca de 287 bebês nasceram com a doença no país, reforçando a importância da iniciativa.