Um capitão do Exército, amigo de longa data de um tenente-coronel envolvido em um acordo de delação premiada, depôs ao Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o desgaste emocional vivido pelo oficial. Segundo o testemunho, o tenente-coronel teria ficado profundamente abalado por implicar colegas militares em seu depoimento, o que gerou um afastamento institucional e pessoal dentro da corporação. O impacto psicológico foi descrito como um “entristecimento” decorrente da necessidade de equilibrar a lealdade à verdade com o peso de afetar subordinados e parceiros de serviço.
O depoimento também abordou áudios nos quais o tenente-coronel criticou autoridades, como um ministro do STF e a Polícia Federal. O capitão afirmou que as declarações foram impulsivas e reflexo de uma “defesa irracional da honra”, feitas em momentos de desespero para preservar sua integridade perante o círculo íntimo. As falas, segundo ele, não representariam uma postura calculada, mas sim reações emocionais diante da pressão do processo.
O caso, que tramita no STF, analisa supostas tentativas de golpe de Estado, com depoimentos de militares sendo considerados “esclarecedores” por ministros da corte. O relato destacou o conflito interno vivido por membros das Forças Armadas envolvidos em investigações, equilibrando ética profissional e lealdade institucional. O episódio ilustra os desafios pessoais e corporativos em meio a processos judiciais de alta complexidade.