Neste domingo (1º de junho), o México realiza uma eleição histórica, na qual os cidadãos poderão escolher diretamente os membros do Poder Judiciário, incluindo ministros da Suprema Corte, magistrados eleitorais e juízes de distrito. A votação, pioneira no mundo, foi impulsionada pela reforma judicial promovida pelo movimento Quarta Transformação (4T), que defende a democratização do Judiciário. Apesar do debate acalorado entre apoiadores e críticos, a expectativa é de baixa participação, com projeções indicando que apenas 8% a 15% dos eleitores comparecerão às urnas.
A reforma divide opiniões: enquanto seus defensores argumentam que o voto popular aumenta a transparência e a responsabilidade dos juízes, críticos alertam para riscos à independência do Judiciário e possível influência de grupos de interesse. A oposição também questiona a complexidade do processo, já que os eleitores receberão até 13 cédulas diferentes, com centenas de candidatos. Além disso, há preocupações sobre a falta de informações claras sobre os perfis dos concorrentes, o que dificulta a escolha consciente.
O resultado desta eleição será um teste para o governo da presidente Claudia Sheinbaum, que herdou a agenda de reformas do antecessor. Analistas destacam que, se a impunidade não for reduzida, a responsabilidade recairá sobre a coalizão governista. Apesar das controvérsias, o processo marca uma nova fase na política mexicana, ampliando o papel do voto popular em áreas tradicionalmente fechadas à participação direta da população.