O dólar e a Bolsa de Valores encerraram a sexta-feira (23) próximos da estabilidade, após o governo recuar em parte das medidas que aumentavam o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Inicialmente, a proposta gerou forte reação negativa dos investidores, levando o dólar a subir 0,35% na quinta-feira (22) e a Bolsa a cair 0,44%. Diante da pressão, o governo revisou as regras, mantendo alíquota zero para fundos de investimento no exterior, mas manteve aumentos em operações com cartões internacionais. Apesar da correção, o mercado ainda demonstrou incertezas, com o dólar chegando a disparar 1% e a Bolsa caindo 1,5% durante o pregão.
A decisão de revisar o IOF foi tomada após reunião de emergência, motivada pelo temor de repetir crises anteriores de comunicação. Analistas criticaram a falta de clareza na implementação das medidas, que gerou desconfiança sobre a direção fiscal do governo. Embora o bloqueio de gastos de R$ 31,3 bilhões tenha sido visto como positivo, o anúncio simultâneo do aumento do IOF ofuscou o impacto, levantando preocupações sobre a carga tributária e a coordenação com o Banco Central.
No cenário externo, as ameaças do presidente dos EUA de impor tarifas de 50% sobre produtos da União Europeia a partir de junho agravaram a volatilidade. Os índices de Wall Street caíram, refletindo o temor de uma escalada na guerra comercial. Especialistas destacaram que a combinação de fatores internos e externos amplificou a insegurança dos investidores, reforçando a necessidade de comunicação clara e planejamento consistente nas políticas econômicas.