Os juros futuros iniciaram a semana em queda, influenciados pelo ambiente doméstico e pelas declarações do presidente do Banco Central, que reforçaram a percepção de que o ciclo de alta da Selic terminou em maio. Apesar disso, a autoridade monetária destacou que a taxa deve permanecer em patamares restritivos por um período prolongado, visando conter as expectativas de inflação desancoradas. O mercado reagiu positivamente à postura rigorosa do BC, com o dólar enfraquecendo e os juros dos Treasuries recuando, aliviando os prêmios de risco.
As taxas dos contratos de DI caíram para diferentes vencimentos, refletindo inicialmente o forte resultado do IBC-Br de março, mas revertendo a tendência após o discurso do presidente do BC durante evento em São Paulo. Ele afirmou que as incertezas fiscais contribuem para a desancoragem das expectativas, justificando a manutenção de juros elevados por mais tempo. Embora tenha descartado discussões sobre cortes no curto prazo, o mercado passou a precificar uma eventual queda da Selic no futuro, com projeções indicando reduções ainda em 2025 e 2026.
A pesquisa Focus divulgada nesta semana manteve as medianas da Selic para 2025 e 2026 em 14,75% e 12,5%, respectivamente, enquanto as expectativas de inflação recuaram levemente. O IBC-Br mostrou crescimento de 0,8% em março e 1,30% no trimestre, reforçando sinais de atividade econômica aquecida. A combinação entre dados positivos e a comunicação do BC sugere um cenário de estabilidade monetária, com o mercado atento aos próximos movimentos da política econômica.