Instituições financeiras consultadas pelo Banco Central (BC) esperam que a taxa básica de juros, a Selic, seja elevada para 14,75% ao ano na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) nesta semana. Se confirmada, esta será a sexta alta consecutiva, após aumentos graduais desde setembro do ano passado. O mercado projeta que este seja o último ajuste no ciclo atual, com a Selic mantendo-se em 14,75% até o fim de 2025, antes de iniciar uma trajetória de queda nos anos seguintes, chegando a 10% em 2028.
O Copom tem utilizado a Selic como principal instrumento para controlar a inflação, que permanece em níveis elevados, pressionada por serviços e preços voláteis, como alimentos e energia. Apesar de sinais de moderação na economia, o BC alerta para riscos inflacionários persistentes. Nesta edição do Boletim Focus, a projeção para o IPCA em 2025 foi ajustada para 5,53%, acima do teto da meta de 4,5%, enquanto as expectativas para os anos seguintes indicam uma gradual convergência para o centro da meta.
Além da política monetária, o mercado mantém suas projeções para o crescimento do PIB em 2% em 2025 e 1,7% em 2026, refletindo uma desaceleração em relação ao desempenho de 2024 (3,4%). No câmbio, a cotação do dólar deve encerrar o ano em R$ 5,86, com leve alta para R$ 5,91 em 2026. As decisões do Copom e os indicadores econômicos seguirão sendo monitorados de perto, dada a sensibilidade do cenário interno e externo.