O Mercado Livre, maior plataforma de e-commerce da América Latina, ampliou seus investimentos em criptomoedas, acumulando 570 bitcoins e 3.050 ethers em seu balanço até o primeiro trimestre de 2025. A estratégia, alinhada com tendências globais lideradas por empresas como MicroStrategy e Tesla, reflete a crescente institucionalização das criptomoedas na região. Executivos do setor, como o CEO da Ripio, destacam que a movimentação vai além de uma aposta especulativa, representando uma diversificação estratégica de ativos por parte de grandes companhias.
Além do Mercado Livre, outras empresas latino-americanas, como a Lemon e a Bitso, também estão incorporando criptomoedas em suas tesourarias, citando benefícios como proteção contra desvalorização de moedas locais e acesso a liquidez internacional. A Bitso, por exemplo, registrou um volume de transações institucionais superior a US$ 12 bilhões em 2024, sinalizando uma adoção crescente. Stablecoins também ganham destaque, respondendo por 70% do volume operado na Ripio, o que indica uma integração estrutural das criptomoedas nos processos financeiros corporativos.
O cenário global mostra que mais de 286 mil bitcoins estão em tesourarias de empresas privadas, enquanto companhias públicas detêm cerca de 786 mil. MicroStrategy lidera o ranking, com 568.840 bitcoins, seguida por Marathon Digital e Tesla. Na América Latina, o Mercado Livre se destaque como uma das pioneiras, ainda que sua exposição ao bitcoin represente apenas 0,04% de sua capitalização de mercado. Especialistas ressaltam que, em um contexto de inflação e incertezas cambiais, o bitcoin emerge como uma reserva de valor estratégica, consolidando-se como símbolo de inovação e prudência financeira.