O Ibovespa iniciou a semana com volatilidade, refletindo a cautela dos investidores diante do rebaixamento do rating dos Estados Unidos pela Moody’s e de dados divergentes da economia chinesa. Após uma queda inicial, o índice recuperou-se para o patamar dos 139 mil pontos, enquanto o mercado acompanhava a participação do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, em um evento do Goldman Sachs. Galípolo reforçou a necessidade de manter os juros restritivos por mais tempo, posição bem recebida pelos investidores, que também monitoram os impactos da gripe aviária nas exportações brasileiras.
Apesar da resiliência da atividade econômica, com o IBC-Br registrando alta de 0,8% em março, o mercado segue atento aos sinais de inflação. O boletim Focus mostrou uma leve queda nas expectativas para o IPCA nos próximos 12 meses, mas ainda acima do teto da meta. Além disso, as projeções para a Selic em 2025 e 2026 indicam possíveis afrouxamentos da política monetária, dependendo das condições econômicas. Enquanto isso, commodities como Vale e Petrobrás recuavam, enquanto ações de bancos e setores sensíveis ao ciclo econômico ganhavam força.
O cenário global também pesa sobre o mercado brasileiro, com a Moody’s retirando o triplo A dos EUA devido às preocupações com o controle da dívida pública. A aprovação do pacote orçamentário de cortes de impostos no Congresso americano também está no radar. Após seis semanas consecutivas de alta, o Ibovespa demonstra cansaço, com analistas destacando a necessidade de cautela diante das incertezas externas e locais, que podem influenciar os próximos movimentos do mercado.